domingo, 22 de maio de 2011

Plástico: uma tóxica história de amor.

Quem não tem plástico em casa? Quem percebe sua presença? Quem o ama? Quem o odeia?
Ele está em todo lugar, nossos carros, nossas cozinhas, uma infinidade de produtos. É extremamente usado na medicina. Ele nos oferece brinquedos inquebráveis e uma das maravilhas do mundo: o cartão de crédito.
A promessa do plástico é simples e complete: conveniência, conforto, segurança, diversão e vá lá, frivolidade. Assim descreve o plástico, Susan Freinkel, autora do livro “Plástico: uma tóxica história de amor”.
Mas note que o título já nos passa a mensagem de que alguma coisa está errada.
Susan diz que: “Claro, plásticos nos oferecem muitas coisas, mas os benefícios são acompanhados de muitos custos que nunca foram considerados na nossa fase de lua de mel”. “O plástico vem de fôsseis finitos. Eles permanecem no meio ambiente. Em sua composição sempre são adicionados químicos prejudiciais. Eles se acumulam nos lixões.”
Apesar disso tudo nossa dependência só cresce. Em 1940 ele era quase inexistente. Hoje em dia só os Estados Unidos produzem mais de 273 bilhões de kg por ano.
O livro é importante porque explica a complexidade do mundo plástico atual. Mais que isso é fascinante, cada capítulo traz uma nova estatística surpreendente ou um fato desconhecido. Susan conta a história do plástico através de objetos comuns, pente, cadeira, isqueiro, sacola, garrafas e cartão de crédito.
Talvez não tenha uma outra área que o plástico tenha se tornado tão essencial como na área médica.
Susan comenta: “Com os plásticos, hospitais puderam mudar de equipamentos que davam muito trabalho para esterilizar para equipamentos descartáveis. É claro que isso aumentou a segurança e diminuiu os custos e também possibilitou que muitos pacientes fossem tratados em casa”.
Mas ao observar a unidade neonatal de um hospital em Washington, onde Amy, um bebê de 4 meses que está lutando por sua vida e depende de plásticos de todos os tipos, ela questiona como hoje em dia pesquisas sugerem que algums tubos e equipamentos que administram remédios e alimentam esses seres tão vulneráveis também são fontes de químicos que podem prejudicar a saúde dessas crianças.
Ela está falando de ftalatos e bisfenol A, desreguladores endócrinos que estão presentes em alguns tipos de plásticos.
Susan também fala do lixão do Oceano Pacífico que formado por correntes toma conta de km. Ela não esquece de mencionar os
bioplásticos e nem as mudanças na legislação americana.
Atualmente, um terço das 224 bilhões de bebidas vendidas nos Estados Unidos são feitas de PET.
O ciclo de vida do plástico não é muito considerado pelos consumidores. “Nós utilizamos substâncias naturais, criadas a milhões de anos e as transformamos em produtos destinados a serem usados em minutos e depois retornamos isso ao planeta como lixo que desenvolvemos para nunca estragar”, diz Susan.
No final das contas, não interessa se você gosta de plástico ou não, mas que o seu uso está fora de ordem.
Se aditivos são problemáticos, como podemos evitá-los?
Como lidar com tantos problemas ambientais? O que fazer com o plástico que sobra depois da reciclagem (já que ele pode ser reciclado um número limitado de vezes)?
Será que sairemos da era do plástico? Ou será que arqueólogos milênios a frente encontrarão uma civilização que se sufocou até a morte com o lixo produzido?

- “Plastic: A Toxic Love Story” by Susan Freinkel; Houghton Mifflin Harcourt


Fonte:  http://jornadaaosrestosdomundo.com/2011/04/29/plastico-uma-toxica-historia-de-amor/

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